A cultura do chá no Japão é muito forte e respeitada, e sua origem pode ser identificada a partir do século XII. O consumo no país é tão grande que apenas 3% do que produz é exportado.
O chá foi levado ao Japão em torno de 805 d.c. por monges budistas que retornavam da China e somente no século XII é que as plantações começaram a aumentar na área de Uji, Kyoto.
Atualmente os principais locais de produção são as ilhas Honshu e Kyushu, locais que são rodeados pela brisa marinha, que proporciona aos chás sabores das águas salgadas e das algas.
O cultivar principal é o chamado yabukita, bastante resistente ao frio e muito bem adaptado ao solo local, o que garante plantas Camellias Sinensis robustas, de sabor intenso.
O principal chá produzido no Japão é o verde e os tipos são o Gyokuro, Senchá, Genmaichá e Matchá.
O Japão também é conhecido pelas tradicionais cerimônias de preparo dos chás. O Chanoyu, que significa “água quente para o chá” é considerado um ritual de meditação, pois os mestres executam as etapas de preparo lentamente, com atenção plena. Nesta cerimônia são considerados alguns princípios como harmonia, respeito, pureza e tranquilidade. O chá utilizado na cerimônia é o matchá.
Chaleira de ferro, tradicional no Japão em diversos formatos
No Chanoyu são utilizados diversos utensílios, entre eles a bela chaleira de ferro chamada Kama. Para se ter idéia da seriedade com que a cerimônia é conduzida, tudo começa com a dobra do fukusa, um guardanapo de seda utilizado para limpar e purificar os utensílios da cerimônia. As dobras seguem uma sequência específica e, posteriormente, é utilizado na higienização dos utensílios, sempre em uma sequência meticulosamente definida.
Depois de realizadas as etapas de preparo, sempre com muito foco em cada ação, a cerimônia termina com o anfitrião apresentando o chá ao convidado, deixando o lado mais ornamentado da tigela voltada para o mesmo. O convidado, por sua vez, recebe a tigela e a gira de forma que o lado ornamentado volte-se novamente para o anfitrião, bebe o chá e devlve a tigela vazia.
Esta cerimônia é uma grande demonstração de gratidão e respeito.
Fonte: O livro do chá, autora Linda Gaylard – Publifolha